Vinte e seis dias abaixo d'água. "Ver a água invadindo sua casa, mas mais do que isto, a casa que acolhe tantas pessoas necessitadas, foi uma sensação de impotência, pois não podíamos fazer nada para evitar, naquele momento. Se a nossa casa estava naquela situação, era certo que as casas das famílias que acompanhávamos estavam muito piores e tínhamos que agir rápido!". Estas são as palavras do coordenador da Fonte Colombo, Frei Lunardi, ao se dirigir aos voluntários e voluntárias, fazendo alusão à marca registrada logo na entrada da instituição, juntamente com a cruz reencontrada após a água ter baixado.
A enchente de maio de 2024 no Rio Grande do Sul deixou marcas profundas e invisíveis nas pessoas, muito além dos danos materiais. Marcas, embora não físicas, que podem durar gerações. A solidariedade através de infinitas doações foi fundamental, contudo o acompanhamento emocional ainda é necessário para verdadeira recuperação.
Cada vez mais é preciso que os desafios estruturais sejam enfrentados com seriedade, caso contrário o Estado continuará vulnerável a novos desastres. A reconstrução não pode ser só sobre voltar ao que era antes, mas sobre construir um futuro mais seguro e preparado.
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Cristiane Saraiva Marins (Centro de de Promoção da Pessoa Soropositiva)